Respire. Não sinta.
Eles precisam de você bem.
Engula o pranto, as lágrimas na garganta, o pranto que se camufla na alma.
Deixe o chuveiro ser seus cúmplice silencioso
Misturando água com as suas lagrimas, desprezando no ralo e assim ninguém jamais vai saber.
Seu coração está partido?
Não importa.
Ninguém precisou dele nem quando estava inteiro.
Sorria, aconselhe, finja…
Enquanto desaba.
Você nunca esteve na cabeça deles,
Nunca fez diferença —
Quem é você perto dela?
Quem é você?
Agora morda a língua,
Vista o sorriso mais ensaiado
E encene o seu melhor papel.
Eles não precisam saber.
Ninguém viu quando sangrou,
Ninguém perguntou por que doeu.
Engulo os remédios pra sumir de mim,
Prefiro estar fora do meu corpo ao peso do mundo.
Porque toda vez que tentei me abrir,
Foi como confessar meus crimes.
Cada palavra, um julgamento.
Cada dor, uma sentença.
Minhas cicatrizes migraram,
Antes pulsos, agora coxas,
Onde o mundo não vê,
Porque o mundo não quer ver.
E quando tudo ficar em silêncio,
Já estará na hora de partir,
Dizer adeus ao seu eu que nunca mais voltou.
Você se perdeu,
Porque nunca teve o direito de ser encontrado.