No instante em que seus olhos tocaram os meus,
o tempo parou, como se prendesse o fôlego da eternidade.
Houve um silêncio que gritou dentro de mim,
um eco antigo, vindo de um lugar que não sei nomear.
Você era mais que uma presença,
era a promessa esquecida,
o fio perdido que unia minhas horas dispersas.
Seu riso desfez o véu das manhãs cinzentas,
e, de repente, tudo ao redor respirava.
As ruas pareciam mais largas,
os pássaros cantavam segredos suspensos no vento,
e eu, que antes vagava sem norte,
encontrei em você meu ponto de repouso.
Era como se o mundo, antes um mosaico partido,
se moldasse no reflexo de sua existência.
Mas em cada certeza, há uma sombra de dúvida.
Quem era você antes de ser minha?
Que caminhos te moldaram,
e por que, entre tantas vidas,
o destino ousou nos entrelaçar?
Há beleza no mistério,
mas também o peso de sua fragilidade,
como um cristal que brilha, mas pode se partir.
Você é farol e tempestade,
luz que guia e vento que desordena.
É a pergunta que não precisa de resposta,
o caos que dá forma ao meu sentido.
Com você, o mundo faz sentido,
mas não sem me desafiar a ser mais do que sou.
Talvez não importe saber.
Há coisas que apenas são,
como o mar que beija a praia,
como o céu que abraça o horizonte.
E você, para mim, é isso:
não uma escolha, mas um chamado,
um sussurro do destino que já existia
antes de ser ouvido.
Agora, ao seu lado,
não busco mais explicações.
Aceito o mistério,
abraço o que não sei.
Porque às vezes viver
é apenas sentir,
e você é o que dá sentido a tudo.