Josebe Modesto do Rosario

A AusĂȘncia de Mim

O futuro me é incerto, 

O passado já não me pertence, 

E o presente é apenas um instante... 

Então o que eu sou? 

Pois não tenho nada, 

E para ser algo, 

Eu tenho que pertencer 

A alguma coisa, tenho que ser 

Alguma coisa. 

  

Eu sou a incerteza de dias futuros, 

Sou o passado, algo que não pode 

Ser tocado, apenas recordado; 

Sou uma fração do presente, 

Uma pequena porção do tempo 

Desse vasto universo. 

  

Meu corpo se decompõe 

Com o passar do tempo, 

E ao mesmo tempo que me decomponho, 

Minha mente se recompõe, 

Se fortifica, se amplia, 

Eu me torno a prudência... 

Mas do que me vale de tudo saber 

Se o tempo irá fazer eu esquecer? 

  

Futuro, presente e passado... 

Já não me pertencem, 

Nunca me pertenceram; 

Eu sou a ausência de companhia, 

Sou a solidão que pelo universo, 

A cada instante, se amplia; 

Eu sou a solitude!