O futuro me é incerto,
O passado já não me pertence,
E o presente é apenas um instante...
Então o que eu sou?
Pois não tenho nada,
E para ser algo,
Eu tenho que pertencer
A alguma coisa, tenho que ser
Alguma coisa.
Eu sou a incerteza de dias futuros,
Sou o passado, algo que não pode
Ser tocado, apenas recordado;
Sou uma fração do presente,
Uma pequena porção do tempo
Desse vasto universo.
Meu corpo se decompõe
Com o passar do tempo,
E ao mesmo tempo que me decomponho,
Minha mente se recompõe,
Se fortifica, se amplia,
Eu me torno a prudência...
Mas do que me vale de tudo saber
Se o tempo irá fazer eu esquecer?
Futuro, presente e passado...
Já não me pertencem,
Nunca me pertenceram;
Eu sou a ausência de companhia,
Sou a solidão que pelo universo,
A cada instante, se amplia;
Eu sou a solitude!