Há um jardim secreto no fundo de cada ser,
onde brotam as raízes do amor que nos torna inteiros,
onde cada toque, por mais sutil, toca a alma,
como uma brisa que acaricia a pele e revela segredos antigos.
O corpo é um relicário, cheio de marcas e histórias,
que o tempo desenha com suas mãos de experiência.
Mas é o espírito que dá sentido a cada memória,
no suspiro de compaixão que floresce nos gestos mais simples.
Quando nos amamos, o mundo se dissolve em cores suaves,
como se o vento, ao tocar a pele, dissesse palavras de consolo,
revelando um equilíbrio perdido e, finalmente, reencontrado.
Nos olhos gentis, dançam silêncios de ressurreição,
e a paz nasce não nas promessas, mas nos silêncios habitados.
Sem amor, a existência se arrasta como sombra,
um passo pesado que cansa corpo e alma,
uma maré sem rumo.
Mas ao nos aceitarmos, nos tornamos faróis de luz,
reflexos de uma chama interior que aquece e clareia.
Amar-se é uma revolução silenciosa,
onde não há gritos, mas a serena força de quem se entende.
É na suavidade do cuidado que nos transformamos,
encontramos horizontes novos onde somos inteiros
e, ainda assim, capazes de dar ao outro o melhor de nós.
Cuidar de si é reverenciar a vida,
é compreender que a luz que emana de dentro
pode tocar o mundo de maneiras inesperadas.
Somente assim, olhando com ternura para nós mesmos,
podemos ver o outro com olhos verdadeiros.