Tens um coração aperreado que só!
lembrou me um filhinho longe dos pais
há quanto tempo pedes pra que voltes
de repente apareces sem nem me notar
o desespero transforma sentimentos em pedra
agora só querem paz
deveriam ficar bem longe dos olhos
até ontem era de se esperar
hoje o tempo urgiu
correstes e esmaecestes
não há espaço pra se ter tristeza
nem corpos nem cordas
que troca foi essa
tropeçastes quase viras um pouco de lado
aquele tal sorriso repetido
devias ficar distantes com tal paladar
as horas passam percebem atentos
nem possuis tanta sede assim
nos pratos quase vazios
mentes entornam pensares
distantes e desejosos de si
olhos registram prantos
ouvidos hipotecados oscilam
num eterno silencioso horror