Acordei em um tempo que dança ao avesso,
Onde o fim é início, e o começo é regresso.
Os rios sobem colinas, ao céu vão os mares,
E as folhas caídas retornam aos lares.
As pessoas, tão jovens ao findar do caminho,
Desfazem memórias, voltam ao ninho.
O relógio desfila de trás para a frente,
E cada segundo é um eco latente.
Vi sorrisos que murcham ao nascer,
Histórias que começam ao se esquecer.
No meio do tempo, um segredo espreita,
Um enigma que o destino aceita.
Busquei respostas na névoa da razão,
Mas achei apenas um eco em meu coração.
Pois nesse mundo, tão estranho e sereno,
Aprendi que o fim também é terreno.