Javier Jimenez

Arrepentimiento

Abri os olhos, mirei atrás... No horizonte,  

Não consegui enxergar além da ponte,  

43 verões tinham passado,  

Reveillons e velórios por bocados.  

 

A reincidente memória do que não foi... Do que dói...  

O fantasma de um caminho não trilhado... Descartado...  

 

O arrependimento ancorando no meu porto...  

Aquela festa do ano que só ouvi desde meu quarto...  

 

Olhando atrás, não consigo focar no início...  

Olhando à frente, está mais claro o precipício...  

 

Frases não faladas, lábios não beijados...  

Raivas não expressadas, versos apagados...  

 

Congelei meu sangue que fervia,  

Engoli o veneno que cuspia,  

Silenciei esse grito da minha alma,  

Transformei a fera em minha calma,  

Amaciei os nós dos dedos na parede,  

Podendo ser mais rápido... Fui breve.  

 

Ver atrás ou ver à frente nesta paisagem,  

Chegar e partir... duas caras da mesma viagem.  

 

Meu verso hoje vai carregado de mágoas,  

Minhas linhas tristes fluem como a água,  

O som da realidade deixou mudo meu violão,  

Aflorando no entorno minha precária situação.  

 

Ao final, não podemos deixar a vida ao azar ou à sorte.  

Para isso fomos feitos... Para a vida... Para a morte.