O Real da minha mente se torna mentira no alheio
Um por um, as verdades se desfazem,
E juntos, no vazio, as ilusões se refazem.
A solidão me torna dono de um mundo vazio,
Onde toda verdade é parcial, um tênue fio.
Só ganha forma ao ser confirmada,
Pelo olhar do outro que a verdade é guardada.
E assim, ao reconhecer as diferenças entre você e os outros,
você entende quem você é: junção das memórias do tempo
No mundo criado por você
Regras abstratas dão forma ao caos,
Irrelevâncias se tornam cruciais.
Com minha máscara, reflito e indago:
Sou eu ou sou o reflexo que trago?
Se mantenho minha identidade com os
elogios que recebo.
O que dá valor à vida que tenho?
Se nego os aplausos, me perco no engenho.
Chego ao vazio, sem forma ou essência,
E retorno à máscara, pela sobrevivência.
Pois sem o outro, sem algo além,
Quem sou eu? Apenas ninguém.
No ciclo eterno de ser e negar,
Minha identidade aprende a se moldar.