Josebe Modesto do Rosario

Inquietude

Eu vacilei,
errei, e o que me resta?
Sofrer pelos cantos,
pois o tempo não tem pressa;
o tempo não tem pressa
e o vento me leva;
o vento me leva aonde
não me interessa:
lembrar dos momentos
que passaram e que me poderiam
ser eternizados.
Oh, tempo! Do que isso me vale?
Não tenho pressa,
e também não me interessa,
me fazer lembrar dos 
velhos momentos que agora
só recordar é o que me resta?
Não, eu não o quero!
Leva para longe de ti
as lamúrias que o vento traz consigo
nas fortes tempestades,
cubra com as poeiras do deserto
todo sofrimento que me atormenta,
todo sentimento que me atormento,
todo o amor que não dei firmamento,
todas os desejos que não levei
para o meu acalento,
todas as felicidades que
por vontade do medo
me fizeram desistir do amor, da felicidade,
do carinho, da simplicidade.
 
Verdadeiramente o que me resta?
Depois de tanto sofrimento
para morrer eu já não tenho pressa.