CARTA ANTIGA
A tua carta veio à moda antiga,
e, vendo nela a letra delicada,
vi, também, tua imagem lá traçada!
Em cada linha a afeição se lobriga!
Lembrei do banco, no jardim da entrada,
onde a jura que fiz, sobre uma figa,
foi quebrada! E, qual mantra, qual cantiga,
soou-me nalma em dor fragmentada!
Recebê-la foi um grato presente,
uma joia sem preço, inesperada,
cópia do ontem revivido agora!
Mas, saibas que jamais serás ausente
pois, que tua alma, por mim maltratada,
vive comigo onde o remorso mora!