Sinto falta do eco vazio
de um amor que nunca existiu.
Do toque que não aquecia,
da promessa que não me pertencia.
Era um sonho em carne viva,
um laço feito de névoa e dor.
Amei um rosto, uma ideia,
uma sombra sem calor.
Não fui amada, só fui espera,
fui desejo na ausência de chão.
Acreditei no brilho fugaz
de um olhar que era ilusão.
Sinto falta de sentir algo,
mesmo que fosse engano cruel.
Pois na falta do real, havia vertigem,
e no vazio, um sabor de mel.
Agora resta o nada, o silêncio,
a ausência que não me engana.
Sinto falta de amar o impossível,
mesmo sabendo que nunca fui amada.