Ema Machado

A gota ...

A gota…

Ema Machado 

 

Queria não ter que correr desenfreada

Queria no ar permanecer, 

Ainda ser levinha, como estivera

Havia união, mas, descer

foi forçada 

Agora corria, sem saber aonde ia

 

Tantas gotas, como ela corriam

Pela vidraça olhou, viu uma coisinha 

Uma pessoinha, que, como ela pouco sabia 

 

Junto a outras no chão, triste sina

Carregavam o pó, toda sujeira que o caminho continha…

Não sabia o curso 

Apenas corria…

 

Sentiu-se suja e sem serventia 

Era levada, sem poder retroceder 

Seu destino não conhecia 

Viu-se, tremia, poder no solo se esconder 

Era tudo que mais queria…

 

Chegou, olhou os poros da terra escura 

Estava ali sua serventia… estava segura

O solo a agradece, e ela soube

Com seu toque alí, a vida germina

Elas fazem magia, são muit

o mais que meras gotinhas…