Maximiliano Skol

HORA FATAL

HORA FATAL

Quando chergar-me a hora então funesta 
Eu quero sorrateiro e sem alarde
Dar aquele suspiro que me resta
E liberar a chama que em mim arde...

Sem murmúrio ou queixume,  mas co\' a festa
De chuvas com trovões; e já bem tarde
Da noite sob o sono que me empresta
A vez de não mostrar que sou covarde.

Quisera assim que fosse esse meu dia
E passar como nuvem vaporosa
Sem a tortura de angústia, ou agonia,

E sem na extrema hora sentir dores...
Nem dar, também, a outrem— a trabalhosa
Obrigatoriedade de  favores.

Tangará da Serra, 02/12/2024