Talvez, só talvez, o sol não nasceu hoje
porque ontem tu deste o teu último suspiro…
Teus olhos se fecharam para este mundo;
tu se cansaste desse mundo e de todos os seus defeitos,
e todo amor que eu te dei não foi o suficiente para
convencer-te que nos pequenos detalhes da vida
se pode ter felicidade.
Eu não chorei por ti ontem, nem hoje, talvez nem amanhã,
e acredito que não chorarei em qualquer tempo da vida,
porque eu sei que finalmente tu deves estar feliz,
E também fico feliz por tu não depender
de mim para obter a felicidade.
O sol não nasceu hoje, o dia demorou para clarear,
os pássaros cantaram o mais baixo possível
para não te acordar.
Eu só queria poder ver por uma última vez
os teus olhos azuis cor do mar, com tanta vida a aflorar;
os teus cabelos, cor do pôr do sol, dançando com o vento
no fim de uma tarde serena;
eu só queria poder ver por uma última vez,
a tua pele mais clara que a neve,
reluzir no desabrochar da lua.
Ontem tu deste o teu último suspiro
e levou contigo toda a cor da vida;
levaste o meu pôr do sol,
levaste a minha brisa tranquila,
levaste o meu brilho da lua cheia,
e por fim, também, levaste a minha vida.