Sezar Kosta

O AMOR É ISSO (O SILÊNCIO QUE ACOLHE)

O amor verdadeiro não se vê,

mas se sente no pulsar do peito,

onde as palavras se dissipam,

e os gestos falam a língua secreta

que o silêncio, com sua sabedoria, guarda.

 

Não é naquilo que se diz,

mas no eco da ausência,

que a alma se encontra.

É o olhar que atravessa a dor,

a presença que transcende distâncias,

mesmo quando os corpos se ausentam.

 

Amar é ser abrigo na tempestade,

é entender sem perguntas,

sem pressões,

é dar liberdade ao tempo,

sem apressar o amadurecer do fruto.

 

O amor genuíno não exige,

ele acolhe sem esperar retorno,

ele deixa ser,

sem querer modificar o que já é belo,

simplesmente por existir.

 

Amar é ver o invisível,

aqueles gestos que falam baixinho,

como flores que surgem em silêncio,

e transformam o ordinário em poesia,

aquecendo o coração

nos detalhes que os olhos apressados não podem ver.

 

É respirar junto,

no compasso suave da vida,

sem máscaras, sem pressões,

somente o ser se revela,

na liberdade de ser quem é.

 

E é assim que o amor cresce,

não no brilho das palavras,

mas na quietude dos gestos,

no cuidado que se oferece,

sem esperar recompensa.

 

No fim, o amor é mais que um verbo,

é uma forma de existir,

onde cada ato é um poema,

e cada silêncio, uma canção.