A felicidade,
essa tímida estrangeira,
não se exibe em ouro ou glórias,
não brilha ao sol,
mas dança em silêncio,
tecida entre as sombras do dia,
no sutil pulsar da vida.
Ela não é um ponto distante,
não se encontra no fim do mapa.
É a trilha empoeirada,
os tropeços que nos ensinam a andar.
É o suor da jornada,
o saber que brota
das lágrimas que cultivamos com coragem.
Nas quedas, ela sussurra:
\"Olhe em volta.\"
Está no aroma do café que nos aquece,
no abraço que dissolve a solidão,
na esperança que persiste
mesmo em manhãs nubladas.
A felicidade,
teimosa e serena,
é um mosaico de momentos,
um bordado de pequenos milagres,
tecido com paciência,
com a linha invisível da resiliência.
Nos dias cinzentos,
ela se esconde,
uma fagulha sutil
que apenas o coração atento percebe.
Mas ali está:
na brisa que toca a pele,
no sorriso de uma criança,
no pôr do sol que pinta o céu
como se fosse a última vez.
Não é algo a buscar,
não é algo a prender.
É o ato de viver,
de abrir a alma para o caminho,
de transformar o incerto em poesia,
o medo em força,
a espera em flores.
E, quando olharmos para trás,
com os pés marcados de histórias,
veremos:
a felicidade sempre esteve ali,
não no destino,
mas em cada passo que ousamos dar.