Permite-te um instante, só teu, tão puro,
Deixa a tristeza pousar no escuro.
Como chuva mansa que lava a alma,
Ela não fica, mas devolve a calma.
Escuta o silêncio no peito cansado,
É o tempo que fala no intervalo guardado.
Abraça a sombra sem medo de errar,
Pois até na dor, há beleza a pulsar.
O peso do mundo não é para sempre,
Há flores nascendo no chão inclemente.
Lágrimas que caem não são fracassadas,
São rios que correm por margens lavadas.
Nesta pausa, o amor te embala em segredo,
Acolhe tua dor, mas não cede ao medo.
Deixa o vazio ser palco de criação,
Pois o que hoje dói amanhã será canção.
A vida é respiro, um eterno compasso,
E a pausa é parte do seu abraço.
Permite-te parar, sentir, renascer,
Que na quietude, o amor vai te refazer.