Na tarde serena, entre risos e vozes,
Amigos e amigas, em suas doces poses,
O tempo fluía, tão leve e gentil,
Mas em meu peito, um desejo sutil.
Duas mulheres, como ventos de verão,
Beleza que atiça, calor em profusão,
Seus olhos pediam, suas bocas chamavam,
E minha vontade, em chamas, gritava.
Mas em mim reside um bastião de controle,
Um limite humano que ainda se impõe,
No entanto, sinto, quase posso tocar,
O fio tênue que me pode soltar.
Se acaso o destino, em sua dança atrevida,
Trazer-me outras curvas, tão bem esculpidas,
Talvez o amanhã revele a verdade,
Que desejos guardados não têm eternidade.
E enquanto a tarde se pintava de cor,
Queria ao meu lado o meu \"chaveirinho\" de amor,
Tuas mãos na minha, teu riso tão perto,
Mas senti o vazio de um tempo incerto.
Há uma indiferença que parece brotar,
Será que me queres ou queres me deixar?
Talvez tua alma clame o adeus,
Ou só te perdes entre sonhos teus.
Se queres que eu vá, basta me dizer,
Pois a vida é curta para se esconder.
Mas ainda espero que um dia, ao luar,
Tu escolhas ficar, e juntos sonhar.