Josebe Modesto do Rosario

Condenado ao Amor

Pequenos desejos envoltos de um grande pecado;
desejar o que não é meu, querer aquilo que está em posse do meu próximo.
Por que, destino cruel, levaste para longe dos meus braços
aquela que eu amava, aquela que me amava?
 
Ou talvez tenha sido eu mesmo que tenha afastado
a amada que queria me pertencer e somente a mim obter...
 
Pecado? É pecado!
Então devo eu viver no eterno sofrimento?
 
E mesmo no céu, eu sofro,
pois lembrarei dos teus risos,
recordarei dos teus doces olhares risonhos,
pensarei nos teus lábios insaciáveis incessantemente,
e contra todos os anjos do céu eu lutarei
para voltar à Terra e por uma última vez
olhar nos teus olhos, segurar as tuas mãos,
acariciar o teu rosto e dizer que:
 
Não somente nesta vida, mas na outra,
na próxima, na seguinte além desta,
na posterior que se seguirá após esta,
eu te amarei em cada uma delas,
e te amarei um pouco mais a cada uma delas.
 
Se te desejar é pecado,
então que me joguem aos cães do inferno;
que os mesmos arranquem e consumam cada parte do meu corpo,
e estas deixem de me pertencer.
E mesmo assim, cada célula do meu antigo corpo
irá te amar pela eternidade,
e mesmo assim, cada átomo pertencente ao que eu fui
irá lembrar ao universo que não somente ele é eterno,
mas também o amor que eu tenho por ti.