A minha poesia declara
Bem lá do fundo do poço
Do lodo fosco do meu arcabouço
Dessa jaula sem ferrolho
Dessa tenda sem tramela
Sem fachada, porta ou janela.
A minha poesia declara
Bem lá do fundo da minha distração
Em ruídos, esboços de gemidos
Em vozes que somente eu ouço
Em destroços de achados
Em parafernálias e amontoados.
A minha poesia é clara
E do leme da minha aflição
Se autodeclara em mim.