A beleza que o homem tem na vida,
É como flor que em breve se desfolha;
Será virtude ou mera vã tolhida,
Ilusão frágil que o tempo recolha.
Se a força às mulheres traz defesa,
E lhes confere a firmeza do aço;
Será a beleza ao homem fortaleza,
Ou brisa leve que some no espaço?
Paris, tão belo, causou guerra e dor;
Por sua face, Troia sucumbiu;
Que ganho teve de tal esplendor?
Assim concluo que a beleza é vã,
Se não há força que a possa guiar;
Vazio é o rosto sem alma sã.