Infinitas versões nascem de mim,
crescem e são assassinadas
no decorrer dos anos.
Ao longo do tempo, sem fazer alarde,
venho tentando descobrir quem é o facínora,
quem é o responsável pela minha perda de identidade.
Quem é esse que impõe a sua vontade
acima dos demais e que diz e desdiz sobre quem pode
fazer isso ou aquilo?
Minha vontade foi esquecida,
cai em eterna agonia,
sem força de vontade,
sem força para continuar na vida.
Existo por existir,
eu sou a própria monotonia,
vivendo de reflexos
e restos da boa existência da vida.
Caído por completo o sentido,
já não sei para onde eu sigo, se vou ou se fico,
não tem importância,
pois sempre chego na encruzilhada de indecisões
e sobre ela eu me sento
e sobre ela eu espero
que o mundo, de uma hora para outra,
se torne o meu castelo.
Assim faço a minha vida,
assim eu consigo ter uma saída,
escrevendo até me desafogar
de todas as lamúrias que eu tenho nesta vida.