O tempo, esse velho ladrão,
Rouba-nos momentos, invade o coração.
Tão pouco nos resta entre a rotina e o dia,
Mas no breve instante, és minha poesia.
Tua presença, meu mundo traduz,
Um toque teu, e a alma reluz.
É no contato, pele com pele,
Que a chama do afeto cresce e revele.
Teus olhos, faróis do meu caminho,
Tuas mãos, o mapa do nosso carinho.
E quando nos unimos, tão inteiros,
Somos fogo, mar, e todos os temperos.
Mas dói a brevidade dos minutos,
Desejo o relógio preso em teus frutos.
Que o sexo, o toque, o olhar profundo,
Sejam as chaves do nosso mundo.
Chaveirinho, és porta, és lar,
Sem teu calor, o tempo é pesar.
Deixemos o desejo falar mais alto,
E o afeto crescer sem nenhum ressalto.