AnEsteSia (Flavio Eduardo Palhari)
quem se garante um pouco mais a cada dia
a cada hora que se passa sem poesia
a cada instante de total monotonia
a cada quebra de encanto em cada esquina
quem se contorce como um cão em agonia
envenenado pela mão que o acaricia
se embriaga com as doses da bebida
quem faz o mundo se esconder de cada sina
anestesia sem nenhuma garantia de um pouco de paz
entre um trago e outro
em um mar tão longe de um porto
sem um conforto
só querendo respirar
vendo as ondas esperando outro barco naufragar
quem se entrega e quem nunca deixa de remar
anestesia sem nenhuma garantia de um pouco de paz
anestesia sem nenhuma garantia de um pouco de paz
quem apenas sente o vento entre as velas e se deixa levar
quem segura o manche e traça a rota de onde quer chegar
anestesia sem nenhuma garantia de um pouco de paz