Eu, o grandão igual a montanha, que a deseja em plenitude,
Mas carrego o peso do tempo em minha atitude.
Você, meu chaveirinho, tão pequena e radiante,
É o sonho que me visita, doce e constante.
Eu sei que o relógio nos trama barreiras,
Minha agenda cheia, suas dores tão verdadeiras.
Há o divórcio que ainda a prende ao passado,
Enquanto eu corro, pelo futuro, sempre ocupado.
Você me chama para um Netflix, um momento de paz,
Revivermos o calor que só você me traz.
A última vez foi um céu em lençóis de paixão,
Um encontro de corpos, um enlace de coração.
Mas ouça bem, minha pequena, eu não quero prender,
Teu voo é sagrado, e nunca vou conter.
Se outros ninhos você encontrar pelo caminho,
Saiba que seguerei meu caminho, mesmo sem ser eu nesse vinho.
Ainda assim, sonho em um dia chegar,
Na casa que é tua, onde eu possa estar.
Não para tomar, mas para aquecer o teu lar,
E, quem sabe, tua dor ajudar a curar.
Se o nosso ninho existir, será teu, tão somente,
Mas talvez eu seja a brasa que aquece o presente.
E mesmo que o futuro ainda não esteja à vista,
Com você, chaveirinho, a vida é mais bonita.