Eu vejo você jogando o cabelo para o lado,
em um gesto tão seu, tão natural,
que carrega a leveza de quem nem imagina
o quanto pode tocar o mundo ao redor.
O seu sorriso, um farol em noites escuras,
desarma qualquer tristeza que insiste em ficar.
E quando ele aparece, é impossível resistir,
me vejo sorrindo também, feito reflexo inevitável.
Quando você coça os olhos,
fico tentando entender o que esconde,
mas o brilho que escapa — teimoso —
entrega tudo aquilo que as palavras silenciam.
E, então, eu observo você,
com o celular na mão,
esperando por algo que nunca chega,
e tudo o que eu queria
era ser a mensagem que te faz sorrir,
o toque sutil que aquece o seu coração.
Você estuda distraída, ao som de uma melodia,
e cada mania sua vira arte aos meus olhos.
O jeito como revira os olhos,
impaciente com o mundo,
me faz rir, me faz amar ainda mais,
porque até no desdém, existe uma beleza em você,
um caos doce, que só você sabe carregar.
Ah, e como o amor é feito de detalhes!
É no som dos seus passos,
no franzir da sua testa,
no suspiro que você solta ao fim de um dia pesado,
que eu descubro, de novo,
os motivos pelos quais escolho amar você.
Até mesmo aquilo que me irrita em você
— as manias, os gestos repetidos,
as palavras que às vezes não vêm —
é o que me prende, o que me faz ficar.
Porque amar não é só sobre o grande,
é sobre o pequeno, o singelo, o despercebido.
E em cada detalhe seu,
eu encontro a razão do meu amor,
essa poesia que nunca termina.