Sob o vel do motel, corpos em combustão,
Toquei a delicadeza da sua pele em devoção.
Na cúpula do desejo, com lábios em oração,
Saboreei tua essência, fonte de inspiração.
O líquido que escorre, néctar da tua
paixão, Doce e salgado, mistura em perfeita canção.
E ao menor pingo da tua fonte cristalina, Quis senti-la por completo, tua alma divina.
Teu beijo em meus pés, leve e tão sutil, Um gesto tão puro, quase infantil.
Mas tua presença, força antiga e celestial,
Amei sentir aquele líquido essencial.
Aos 42, tens a sabedoria de eras passadas,
Mas no corpo, guardas juventude encantada.
Uma moldura de 17, em forma e sedução,
Roubando de mim toda contemplação.
O álcool traiu o ímpeto da minha
vontade, Mas mesmo assim, mergulhei na tua verdade.
Manipular teu corpo, arte em minhas mãos,
Descobrir teus segredos, teus pequenos vãos.
No calor da penetração, controle e desejo,
Mas na sua quentura interna, templo, o mais doce ensejo. Queria perder-me, esquecer a razão, Gozar dentro de ti, consumar a explosão.
Mas segurei a maré, temendo o impacto, De meu corpo no teu, no mais íntimo pacto.
E ali, sob os lençóis, teu gosto, tua pele, Gravaram-se em mim, como marcas no papel sem fim.