Metamorfose

O Sentido do Bom

Penso no que de bom a vida traz,

Nos dias que correm, nos ventos que vão,

E as respostas, tão tímidas, não vêm jamais,

Como se o mistério morasse na palma da mão.

 

Há o brilho do sol, o cantar dos rios,

As cores que dançam em um céu sem fim,

Mas, ao buscar o que de fato é meu fio,

Sinto o vazio sussurrar dentro de mim.

 

Talvez o bom não se encontre sozinho,

Não seja uma porta, mas sim o caminho.

Quem sabe nas trocas, nos risos, na dor,

Se esconde a centelha do real valor.

 

E, se não há tantas respostas concretas,

Que reste a vontade de sempre buscar,

Pois viver é erguer perguntas discretas,

Esperando o amor, um dia, revelar.