Como odeio.
Odeio isso.
Odeio porque não posso controlar,
não posso arrancar.
Me coloca pra baixo e fico.
Fico sem motivo.
Não faz parte de mim.
É novo e não se encaixa.
Às vezes me faz rir,
às vezes me arrumar,
me faz falar sozinha,
me faz imaginar.
Me faz querer mais que tudo
e me faz afastar.
Quero o tanto que possuo medo,
às vezes faz extrapolar.
Quero em segredo,
imagino sem limiar.
Me julgo através de ti
e me sinto arrepiar.
Me olhas com desespero.
Me engole com o apreciar.
Me ignora por completo
e me faz declinar.
Do mais agradável voo,
escuto o tiro e estou a rodopiar.
Caindo sem teu olhar,
já não tento planar.
Odeio o sentimento,
não consigo afastar.
Odeio como saio
do amar pro odiar.
Não posso por isso quero,
não tenho por isso quero,
mas ao mesmo tempo posso e tenho
no meu imaginar.
Aí é bem pior,
porque já não posso separar
imagem do coração, como rio ao desafogar.