Você emana
Mal-dizeres tão amargos
Sobre as outras pessoas
Que não consigo mais dizer o nome
Delas sem sentir gosto de piche
Em minha boca
Quando tento sair de perto
De você, os caminhos para
Outras pessoas são marcados
Com poças de óleo tão fundas
Cavadas e criadas por você
Que impossibilitam meu partir
Mesmo sendo temporário
Ao expirar as qualidades
Dos outros, você as rasga
Picota, fatia e corta
Como se fossem vis pragas
Te questiono sobre
Tais atitudes
E sua resposta consiste
Em poucas palavras exalando
Seu medo de me perder
Acompanhadas por cachoeiras
Nos olhos
Te tranquilizo ao falar
Que não solto sua mão
E mesmo que acabe soltando
Em alguns momentos
O magnetismo do meu afeto
Por você sempre a leva de volta