Ainda tento, todo dia, esquecer de mim mesmo.
Afogado em lamentos, corro, mas só envelheço.
Na pista efêmera da vida, sou um eterno lesmo.
Esmago-me nas curvas do tempo, por isso nunca cresço.
Queria reencontrar o perfume perdido da vida,
A primavera oculta na sombra da juventude,
Os provérbios doces da minha ex-amada,
E os bosques cheios de uma esquecida quietude.
Mas ainda afogo-me no deserto da minha antiga alma,
Plantando espinhos na frágil haste da minha existência.
Sou feito de simples desejos que o vento sempre leva,
E de amargos arrependimentos que o tempo cruelmente sela.
Assim continuarei até que a terra seca decida cobrir meus ossos
E até que os meus olhos esqueçam o real significado das lágrimas,
Pois para aqueles que já desistiram do amor e da ideal felicidade,
O enterro parece o melhor e mais gratificante \"Final Feliz\".