joaquim cesario de mello

NO BAILAR RITMADO DAS CONFISSÕES

 

No bailar das letras, a palavra

No juntar das palavras, o verso

No brotar dos versos, o poema

No abrir dos poemas, a poesia

No destampar dos poemas é que

a vida confessa sua verdadeira face

nos sentimentos que há nas matérias

nos segredos por dentro das paredes

nos desejos escondidos nas carnes

no lado oposto das certezas incertas

no tempo que não habita os relógios

no subsolo perene das memórias

e na durabilidade das coisas mortas

 

É na consciência das palavras

que o dançar das letras formam

que o ser da vida se desvela

e com a sua nudez se abisma

e abismado se mostra e se revela