No bailar das letras, a palavra
No juntar das palavras, o verso
No brotar dos versos, o poema
No abrir dos poemas, a poesia
No destampar dos poemas é que
a vida confessa sua verdadeira face
nos sentimentos que há nas matérias
nos segredos por dentro das paredes
nos desejos escondidos nas carnes
no lado oposto das certezas incertas
no tempo que não habita os relógios
no subsolo perene das memórias
e na durabilidade das coisas mortas
É na consciência das palavras
que o dançar das letras formam
que o ser da vida se desvela
e com a sua nudez se abisma
e abismado se mostra e se revela