Metamorfose

Ecos do Interior

Hoje, pensei no que escrever:

seria sobre o amor,

o desejo que arde em silêncio,

ou a paixão que, em seus extremos,

beira a solidão?

 

Talvez, o peso da vida fosse melhor:

outrora tão bela, agora cansativa,

ora amável, ora odiosa,

um ciclo que se repete, implacável.

 

Aprendi que os dias

são espelhos do interior.

Por isso, os meus se arrastam,

monótonos, desbotados,

um murmúrio de cansaço

ecoando no vazio.

 

Se os dias refletem a alma,

que esperança há em mudar?

Se, por dentro, já não há cor,

apenas o cinza de um mundo

que antes pulsava,

mas agora repousa inerte?