Tragam os mortos, pois é deles a honra perdida.
Não tragam flores; ainda não é chegada a hora de enterrá-los.
No sopro constante da batalha é que se vislumbra a vitória.
No solo, a mancha ainda úmida de sangue testemunha o clamor
do fúnebre lamento.
Não entoem cânticos; resgatem o silêncio sepulcral,
que ecoa como o único suspiro da vida perdida.
Que o vazio do campo seja o último grito de sua coragem.
Não falem de virtudes; estas se dissiparam na dor.
Não tragam bebidas; não nos enebriemos com a amarga ilusão de mais um dia sombrio.
Que a noite, envolta em sombras, proteja o segredo dos caídos.
E que seus nomes sejam gravados na pedra eterna,
como lamentos forjados pelo pranto dos deuses.