Meus dedos tocam o chão
Sou tocado pela alma do mundo
Eu e o mundo somos iguais
Somos as metades um do outro
A terra negra como a minha pele
A alma do mundo me chama e me saúda
Sinto a terra sussurrar
minhas mãos amarelas e meu rosto refletido na poça da água da chuva
Olho para os lados e vejo os animais passarem
Um Gnu me olha
entende quem eu sou
Sou filho da terra que é maior que a ÁFRICA
e pelas colinas vem tantos outros como eu
ouço os tambores chamarem a todos
Meu coração sente a terra sacudir
Os Grãos de areia se movem debaixo de meus pés
Sou a noite, sou o dia
Somos a dor do passado
a luta que passou pelos séculos
a mão estendida pelo momento que ficou eterno
Éramos poucos para lutar
E hoje somos mais que os dedos podem contar
levantemo-nos contra a opressão dos séculos
Rompeu-se o chicote da opressão na pele firme e cortante como rocha
gritamos o brado de nossas almas
Vejo o dia que nasce dentro de mim
somos a raiz da árvore que vence a secura do chão
Eu sinto a terra
e ela me chama
e diz
Levanta povo hoje é teu dia
Te levanta porque
fostes regado pela esperança
corre e grita sobre a montanha
que és dono do mundo
demonstra teu poder
Eu dou minha mão a terra
e a terra me mostra o caminho
no horizonte vejo todos indo rumo
ao nascer do sol
as crianças riem com os raios do sol
Eu vejo o dia
Eu vejo a grama
Eu vejo o amanhecer
Eu vejo o futuro
Eu vejo além
Eu simplesmente vejo.