Maximiliano Skol

NÃO MAIS EXISTIREI

NÃO MAIS EXISTIREI 

Não mais existirei... o tempo voa...

Carcaça já imagino que serei...

Aqui, nuvens desfazem-se à toa

Ou como chuva agregam-se em grei.

 

Minha mente me lembra ou me apregoa

Do meu fatal fadário em que hei 

De, breve, não mais ser minha pessoa 

Tal qual a fugaz nuvem que observei.

 

Absorto... algo em vulto me distrai:

Um pássaro passou e fez-se  em sombra...

Também, no meu jazigo algo me vai

 

Sem rastro destruir-me— isso me assombra.

Não mais absorto estou... O azul celeste 

De abóbada sinistra me reveste...

 

Tangará da Serra, 18/11/2024.