Nascemos talvez para curar,
Mas feridas em nós vão ficar.
Somos mãos que aliviam o pranto,
Mas guardamos em nós o desencanto.
Vivemos para fotografar,
Momentos que o tempo vai apagar.
Mas quem de nós para e reflete,
Se a própria alma alguém já capta ou veste?
Nascemos para sermos lembrança,
Mas quem nos lembra com esperança?
Somos histórias de vidas contadas,
Mas quem ouve nossas jornadas caladas?
Poetas somos, de palavras plenas,
Cantando amores, dores, cenas.
Mas quem escreve a poesia em nós,
Quando a vida nos deixa tão sós?
Abraço aos poetas, esses sonhadores,
Que morrem escrevendo, criando amores.
E mesmo que o tempo nos apague os traços,
Ficaremos eternos... em nossos versos e passos.