Meditação II…
Ema Machado
Nos portais de um tempo indigente
Sobram relógios, onde segundos se fazem latentes
Minutos e horas já não importam
Se rotina macera a gente…
Não me permito ser mastigado
Há muito o que ser partilhado
Há cores no caminho
Olores e escritas a serem apreciados
Ter amor e sonhos, não nos deixa sentirmos sozinhos
Estamos vivendo, o agora é latente
Importa ser mais humanos
Cultivar a mente e o dia que se tem a frente
Despertar é dádiva
E sorriso, é expressão leve
Alimenta a alma…
Envolvo-me em silêncio…
Silencioso momento…
Ouço até o mover do vento
Porém, já não me atenho aos passos e barulhos do tempo
Busco entender aos meus apelos
E silêncio é amigo confiável
É mestre, ensina com zelo…
Envolta em silêncio entendo sentimentos, revejo medos
Não parecem tão grandes…
Em silêncio posso ouvir o que o ouvido não entende
Se eu não, a alma compreende…
Uma fagulha se acende
Sou apenas eu em minhas convenções
Pensamento passeia pelas dores e emoções…
Em silêncio sinto poder tocar o céu
Entender e dissipar breus
Sair das paredes que cerceiam
Em silêncio me encontro
E abraço meu eu…