Por fim, descobri,
não havia erro em mim,
nem na intensidade do que sinto.
O erro, este sim, morava em ti,
no desprezo silencioso
ao que foi entregue com alma e papel.
Eras errante, talvez,
por agir sem fé,
sem ao menos carregar nos ombros
a responsabilidade por meus sentimentos.
Ou era apenas teu jeito,
ser assim, tão você,
que ao ignorar tudo o que era real,
me desfazia em silêncio.
Quando perguntei, com a voz quase trêmula,
se tinhas lido os poemas —
aqueles, escritos na esperança de te alcançar —
tu respondeste: \"Li alguns.\"
E ali, a dor tomou lugar em meu peito,
mas, junto dela, veio a certeza:
o eco do adeus
que já me chamava por dentro.