Aquela Árvore triste me observava à mostra.
Raízes firmes, caule rígido, mas sem amor.
Seu espírito, tão genuíno quanto o da ostra,
Ansiava pelos dias em que fora uma flor.
Caminhei poucos passos e toquei sua casca,
A aspereza fria revelou um coração sombrio;
Fui arrastado ao tempo em que tua seiva fluía,
E tuas raízes dançavam sob o solo macio.
Suas cicatrizes rasgaram a pele que a vestia.
Agora, desnuda, sofre sem uma lágrima cair.
Observou, com vento, o fim de sua história;
Um destino de morte que não pôde resistir.
Quero arrancar a última parte nobre que te restou,
Libertar-te da sombra que em breve vai te consumir.
Caia, minha Árvore, abrace o ciclo que começou;
Nos veremos em vida, quando o amor ressurgir.