victoremmanuel

O adeus da minha querida Árvore

Aquela Árvore triste me observava à mostra.

Raízes firmes, caule rígido, mas sem amor.

Seu espírito, tão genuíno quanto o da ostra,

Ansiava pelos dias em que fora uma flor.

 

Caminhei poucos passos e toquei sua casca,

A aspereza fria revelou um coração sombrio;

Fui arrastado ao tempo em que tua seiva fluía,

E tuas raízes dançavam sob o solo macio.

 

Suas cicatrizes rasgaram a pele que a vestia.

Agora, desnuda, sofre sem uma lágrima cair.

Observou, com vento, o fim de sua história;

Um destino de morte que não pôde resistir.

 

Quero arrancar a última parte nobre que te restou,

Libertar-te da sombra que em breve vai te consumir.

Caia, minha Árvore, abrace o ciclo que começou;

Nos veremos em vida, quando o amor ressurgir.