edson depieri

Soneto de lamentava

No porão do tumbeiro o mar cruzava

Mais um Zumbi em pútrida feitura

Diasporado de sua genitura

Rumo ao Novo Mundo à forte clava

 

Sob os jugos e abusos do feitor

A alforria era a herança almejada

Da Mãe Preta aos rebentos Co\'amor

E Co\'aborto a quimera era lograda

 

Os atrozes giros do esquecimento

Em Baobá, não esvai o sentimento

E a mágoa dos avitos de Mandela

 

Os gritos, açoites, ais e gemidos

E os lamentos dos porões bramidos

Ecoam no afro gueto da favela

 

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