Vivo em meio às verdades
que busco, mas não encontro,
presas nas suposições
que a mente tece e desfez.
Não sei em qual delas acreditar,
talvez por não querer aceitar
que já não somos mais \"nós\".
Interpretar suas ações,
é tortura que eu me dou,
como engolir cacos de vidro,
e a dor de me ferir é só minha.
Sempre me coloco em perigo,
busco um fio de chance
para te sentir, de novo,
de uma forma boa.
Não sei se há outro alguém
que habite a saudade em teu peito,
mas a maior prova do que sinto
é abrir mão do caos,
só para arrumar o teu.
Faria tudo, se fosse preciso,
para que você fosse feliz outra vez,
porque amar você é simples,
como andar, como um coração puro.
Perco-me no replay da nossa história,
voltando à fita, à repetição,
impossível que o que sinto
seja só desejo, só ansiedade.
É um mar imenso,
além do que se pode ver,
um sentimento que transcende,
que me ensina a grandeza
e me questiona:
para que ser tão grande,
se o que sobra em mim
é só o espaço que você deixou?
O que cabe nesse vazio?
O ar? As decepções?
A sabedoria, talvez.
Ando curando os outros,
e me curei no processo,
mas ao olhar para o poço
que eu mesmo preenchi,
encaro o buraco que você me deu
e fico a me perguntar:
qual é o propósito desse espaço?
Qual é o sentido do que falta?