Carlos Lucena

POEMA DO BEIJO

POEMA DO BEIJO
As bocas quando se encontram ocorre uma mutação
O peito parece falar
E o corpo entra em erupção
Expelindo as lavas que queimam o coração.

O beijo transcende a dor 
Queima, arde e esfria
É uma profunda expressão de amor
Que a alma assim anuncia
Beijo é sentimento que o lábio selou
Pode ser que seja prazer mas também pode ser agonia.

A boca tem aparências vulcanicas
E também tem algo de flor 
As pétalas são lavas sincrônicas
Enquanto o magma se reveste de cor.

Ósculo que une o corpo a alma
Respondendo ao corpo o ensejo 
E a alma na febril leveza que acalma
A tensão sutil do desejo.

O lábio é câmara que arde
E onde se encontra a doçura  
Porque o beijo na verdade 
Pode ou não ser ternura
Decerto pode ser doce
Mas também pode ser amargura.