INDIFERENÇA
É manhã... Da janela, com alegria,
Eu te vejo a passar... E, de repente,
Corpo e alma - o meu ser se irradia,
O coração quase explode de contente!
É o amor que não cabe em meu peito,
Sentimento que me deixa enfeitiçada
E me invade. Toma-me de qualquer jeito.
Abro a porta... E saio para a calçada.
E com a voz embargada eu te chamo,
Teu olhar... Teu sorriso eu reclamo,
Pois eu queria conquistar teu coração.
Mas tu passas por mim... Indiferente,
E o teu rosto se mistura a tanta gente,
Num vaivém de completa solidão!
(Maria do Socorro Domingos)