Helio Valim

Revival lírico

A brisa batia fria,

ferindo a face da densa relva,

enquanto o pequeno rio

dançava alegre,

no ritmo do som de águas,

que tombavam suaves

na cascata prateada,

reluzente,

ao luar lírico,

daquela noite em festa...

 

A melodia de sons e ruídos

lembrava uma louca sinfonia,

onde o maestro da ilusão

regia sua orquestra de sonhos,

absorvendo as críticas, e

o lamento da brisa revolta...

 

As folhas ressequidas,

contorcidas pelo fim de mais um outono,

esvoaçavam-se,

compondo com o murmurar da noite

um clima de intenso revival,

como num ritual,

onde, sem dúvida,

a dadiva final era apenas um suspiro,

um sussurro de esperança, e

alegria sem igual...