... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol

A NOITE DO CERRADO

Já bem sombria, oculta, a noite no cerrado

cerra o dia, o céu numa escureza pulsando

numa poética a noite as estrelas vai fiando

e a lua no horizonte num aparar alumiado

 

Anoitece o sertão em um tom cadenciado

que, a toada do pôr do sol vai ressonando

ouvindo o curiango a cantar, abençoando

a cada recanto do sem fim tão enturvado

 

O dia sepultado, no cerrado, a noite gesta

á sombra do cosmo, em uma diurna festa

inteiramente, diversa, e cheia de segredo

 

É cair da noite, é encantamento, o ir além

calmamente a esperar pelo raiar que vem

ninando os sonhos para um novo enredo.

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

14/11/2024, 21’12” – Araguari, MG

 

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