Já bem sombria, oculta, a noite no cerrado
cerra o dia, o céu numa escureza pulsando
numa poética a noite as estrelas vai fiando
e a lua no horizonte num aparar alumiado
Anoitece o sertão em um tom cadenciado
que, a toada do pôr do sol vai ressonando
ouvindo o curiango a cantar, abençoando
a cada recanto do sem fim tão enturvado
O dia sepultado, no cerrado, a noite gesta
á sombra do cosmo, em uma diurna festa
inteiramente, diversa, e cheia de segredo
É cair da noite, é encantamento, o ir além
calmamente a esperar pelo raiar que vem
ninando os sonhos para um novo enredo.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2024, 21’12” – Araguari, MG
Protegido por Lei de Direitos Autorais (9.610/98)
Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado