O dia já se inicia austero.
Dir-se-ia que o silêncio mudou o mundo.
Fê-lo mais receptivo; sorumbático, talvez.
Quisera eu que todas as manhãs fossem assim:
Reais e insondáveis.
As almas repousam, repousam profundamente.
Na robustez do sono implacável,
Na hiper-realidade do onirismo inefável,
Na inebriante volúpia da Graça.
As almas repousam...
As almas repousam...
Todavia,
A manhã traz consigo a chuva.
E as minhas pálpebras pesadas
Não suportam o peso das lágrimas.
Cerram-se: dor, lamento.
Não ouço vozes.
Risos também não.
As almas repousam, meu Deus, as almas repousam,
Profundamente.