É preciso se libertar das canções,
Dos versos livres
Das alegrias que amarram.
É preciso esquecer esse poema.
É preciso esquecer o poema
que são os olhos dela
me olhando, me sorrindo.
É preciso lembrar que pode ser nada, lembrar e esquecer.
É preciso escrever com regras,
é preciso ser rígido,
ter as rimas nesse papel em decassílabos
e se cansar do que se sente.
Em meio ao vasto céu de puro azul,
um sol se estende e abraça o que é terreno,
no peito há luz que aquece o corpo frio,
e o mundo torna o fardo mais ameno.
É preciso se recusar a ser rígido,
é preciso libertar a poesia,
é preciso esquecer o riso dela,
é preciso não mais escrever.
Não farei mais poemas.
Leonardo Ramos