Medo, é um ser que não existe, mas assombra o nobre filho sincero.
Vigia as brechas, dilacera a carne do culto homem e o faz tremer por inteiro.
Ninguém verá a natureza cruel que ele em si traz; invisível empecilho.
Escuta as palavras doentias. Sorri, desfazendo-se do infeliz no seu trilho.
Diga-me, ainda caminhas nas duras terras semiáridas?
Ainda afliges os pobres, que em devaneio falecem?
Te infiltras no desejo carnal, como um recurso vil e efêmero?
Os choros? tu amas, pois Julgas a vida um eterno tiroteio.
Medo — oculto e sério, mas risível;
Volúvel e fluido, mas intransponível;
Sincero e indesejado, mas tão necessário.
Mantém-te sóbrio enquanto ele não te consome.
Pois, quando afligido, serás, enfim, engolido.
Atente-se, pois agora ele te observa, escondido.