são secas as palavras
são como areia nos ouvidos
em um deserto que sufoca a garganta
tamanha é a falta de sentidos
olhos que procuram o sol
olhares que perdem seu brilho
lágrimas que secam sem importância
por entre um rosto já antigo
seco é o baque e o galope desse tempo que atropela
tantos sonhos
tantos planos espalhados pela terra
seca é a porrada e o soco que encontra a faca cega
entre vindas , entre idas
entre tantas vidas que se entregam a cada primavera ...
(Flavio Eduardo Palhari)